terça-feira, 29 de maio de 2007

ALCIDES WERK, O POETA DAS ÁGUAS



Alcides Werk
Aquidauana 1934 – Manaus 2003
Poeta sul-mato-grossense


ESTUDOS VI

O amargo deste sal que me alimenta
agora, eu mesmo o consegui catando
abismos nesse mar desconhecido
que o tempo me mostrou depois de mim.

Este sabor estranho de distância
que vivo a cada hora e que me envolve,
vem da vida que vi nessa voragem.
Sei, agora, que após a ronda inútil

por além dos limites do meu nada,
voltamos mais vazios, eu e o barco
que construí para guardar tesouros.

No regresso noturno, cumpro o gesto
de buscar o local, em cada porto
onde possa esconder um sonho morto.

Um comentário:

ANALUKAMINSKI PINTURAS disse...

Triste viagem, talvez... Mas a nau da alma prossegue, perseguindo sonhos, rumo ao azul infinito... Abraço alado, a bordo de um barco pleno de sais e sóis, onde os vazios tornam-se anzóis para a pescaria de estrelas no fundo dos abismos do nós...

ALVARENGA PEIXOTO: O POETA INCONFIDENTE

Inácio José Alvarenga Peixoto, poeta fluminense (Rio de Janeiro 1744 – Ambaca, Angola 1793), estudou no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janei...