terça-feira, 10 de julho de 2007

JIRAU DI/VERSO N° 4

JIRAU DI/VERSO
Nº 04 – Junho.2006
por Enzo Carlo Barrocco

A poesia mineira de Adélia Prado

O POEMA

Poema Começado no Fim

Um corpo quer outro corpo.
Uma alma quer outra alma e seu corpo.
Este excesso de realidade me confunde.
Jonathan falando:
parece que estou num filme.
Se eu lhe dissesse você é estúpido
ele diria sou mesmo.
Se ele dissesse vamos comigo ao inferno passear
eu iria.
As casas baixas, as pessoas pobres,
e o sol da tarde,
imaginai o que era o sol da tarde
sobre a nossa fragilidade.
Vinha com Jonathan
pela rua mais torta da cidade.
O Caminho do Céu.
A POETA

Adélia Luzia Prado Freitas, mineira de Divinópolis, poeta, contista e romancista, no convés da fragata desde 1935, publicou, no início da década de 1970, seus primeiros versos em jornais e periódicos da época. Seu primeiro livro, “Bagagem”, publicado em 1976, é excepcionalmente bem recebido pela crítica. A linguagem despojada e direta dos seus textos faz de Adélia uma escritora diferenciada dentro do cenário de nossa literatura.
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Estante de Acrílico
Livros Sugestionáveis

“Repertório Selvagem” (Poesias)
Autora: Olga Savary
Edição: Multimais Editorial / Fundação Biblioteca Nacional
São doze livros reunidos em “Repertório Selvagem”, sendo dois inéditos, publicados entre os anos de 1947 e 1998. Savary é fugaz e estonteante.

“O Louco” (Poesias)
Autor: Gibran Khalil Gibran
Edição: Acigi
A poesia suave de Gibran cativa pela simplicidade . Pequenas histórias, o que torna a leitura bastante agradável.

“O Despertar do Amor” (Memórias)
Autor: Eno Teodoro Wanke
Edição: Plaquette
As aventuras e descobertas do autor quando estudante na década de 1940, em Ponta Grossa – PR. Este livro pertence à série “Os Tempos do Nunca Mais”. Wanke, no entanto, é essencialmente poeta.
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A FRASE DI/VERSA

”No fim tudo dará certo. Se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim”.
- Fernando Sabino (Belo Horizonte 1923 – Rio de Janeiro 2004) contista, romancista e cronista mineiro
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DA LAVRA MINHA



 

Um comentário:

ANALUKAMINSKI PINTURAS disse...

Belo poema: a serenidade flutua, suspira, voa lenta entre as letras e sons desta delicada escrita... O mundo precisa mais deste ritmo desacelerado, desta suavidade. Abraços alados, Enzo.

ALVARENGA PEIXOTO: O POETA INCONFIDENTE

Inácio José Alvarenga Peixoto, poeta fluminense (Rio de Janeiro 1744 – Ambaca, Angola 1793), estudou no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janei...