quinta-feira, 14 de agosto de 2008

JIRAU DIVERSO Nº 29

JIRAU DIVERSO
Nº 29– julho..2008
por Enzo Carlo Barrocco

A POESIA GAÚCHA DE LILA RIPOLL

O POEMA

POEMA DE AMOR

Eu te amo com uma intensidade
que me assusta e me perturba.
Tu vives em todos os meus sentidos
e na forma dos meus pensamentos.

Minha boca é mais verdadeira e mais profunda,
porque meus lábios tocaram os teus olhos.

Sou como uma fonte clara e simples
que reflete, no fundo, a mesma imagem.

Para mim podem morrer todas as paisagens
que ainda existem,
porque me basta a paisagem que me deres.

Eu vivo porque tu existes em todos os meus sentidos
e na forma dos meus pensamentos.


A POETA

Lila Ripoll, poeta e militante política gaúcha, (Quaraí 1905 – Porto Alegre 1967) começou sua lida poética em 1938 com a publicação do livro “De Mãos Postas”. Durante sua vida, como membro da Frente Intelectual do Partido Comunista, dedicou-se a todas as causas relacionadas aos direitos e à promoção do operariado. Em 1964, nos primeiros dias do golpe militar, foi presa, mas libertada, em seguida, divido ao estado avançado do câncer em que se encontrava. Lembremos Lilá Ripoll, poeta incansável do Rio Grande.

***

ESTANTE DE ACRÍLICO

Livros Sugestionáveis

Kararaô e Outros Poemas (poesias)
Autor: Antônio Juraci Siqueira
Edição do Autor
Mais um livro de Juraci alertando para os perigos da devastação da Amazônia. Dedicatória no livro que ele me enviou. “Este grito de guerra em defesa do meu povo e de meu chão”. Em frente, caro poeta!

Eugênia Grandet (Romance)
Autor: Honoré de Balzac
Edição: Abril Cultural
A França da metade do século XIX descrita aqui pela extraordinária capacidade intelectual de Balzac. A solidão é o tema central desta história que muitos críticos consideram sua obra-prima.

Quando a Cidade Dorme (Contos)
Autora: Consuelo Gomes Rodrigues
Edição: Falângola Editora
As paisagens interioranas, as vilas ribeirinhas e lugrares extraordinários descritos com a singular simplicidade de Consuelo. Historietas fantásticas como a própria autora define.

***

A FRASE DI/VERSA

Faça com que todos os minutos
sejam efetivamente únicos
e pare de desperdiçá-los
como que se desculpa antes de errar.
- Agostina Akemi Sasaoka (Campinas 1977) poeta, cineasta e artista plástica paulista

***

DA LAVRA MINHA

AS BOAS NOVAS

Enzo Carlo Barrocco

O azul que desce desta tarde densa
aboleta-se sobre as casas e sobre as ruas,
o papel, a tinta e a solidão imensa
trazem algumas das notícias tuas.

Chegam lacradas essas boas novas
e estou sem tempo de verificá-las,
mas as lembranças que em mim renovas
me dão vontade de arrumar as malas

e partir no meio desta tarde
ao encontro dos teus seios túmidos.
arde o peito, minha cara, arde

e no meu rosto uma aragem leve
vem lembrar-me de algum evento
que tivemos num momento breve.


Nenhum comentário:

ALVARENGA PEIXOTO: O POETA INCONFIDENTE

Inácio José Alvarenga Peixoto, poeta fluminense (Rio de Janeiro 1744 – Ambaca, Angola 1793), estudou no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janei...