sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE NO DIÁRIO DOS PENSADORES

" Para sonhar um ano novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre".

                    - Carlos Drummond de Andrade (Itabira 1902 - Rio de Janeiro 1987) poeta, contista e cronista mineiro

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

HAI-KAIS - 20ª TRÍADE

Enzo Carlo Barrocco


Plantação de arroz -
nuvens num céu de julho;
prossegue a tarde.

***

Lagoa serena,
o voo da pedra lançada...
círculos perfeitos.

***

Jambeiro florido -
sobre o tapete vermelho
um panapaná. 

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

AMÁCIO MAZZAROPI NO DIÁRIO DOS PENSADORES




 "Quem tem dinheiro sempre duvida de quem se aproxima – não sabe se é um amigo ou se vem dar uma bicada".

- Amácio Mazzaropi (São Paulo 1912 - Taubaté 1981) ator, produtor e cineasta paulista

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

FLORES DE TRACUATEUA - Canto Nº 8

Enzo Carlo Barrocco


BALÉ
O sol nasceu deslumbrante
sobre a paisagem rural,
um balé desconsertante,
o vento no milharal.

A CHUVA QUE A NOITE TRAZ
Madrugada, a chuva encanta
e vem embalar o meu sono,
um galo perdido canta,
todo o resto é abandono.

A MANHÃ VEM SE MOVENDO
Os urubus abrem as asas,
a manhã vem se movendo,
neblina por sobre as casas,
há pouco estava chovendo.

CRIANÇA RIBEIRINHA
Montaria, sol a pino,
à margem esquerda do rio,
seu timoneiro: um menino,
um lindo sorriso abriu.

PARA SER BEM-SUCEDIDO
Para termos bons intentos
seja em qualquer profissão
tem que haver três elementos:
técnica, dom e paixão .

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A POESIA INCONTESTE DE AFFONSO ÁVILA


O POEMA


Os negros de Itaverava

Três negros de Itaverava,

irmãos em sangue e aflição,
não dormiam, como os outros,
a noite que é sujeição,
dormiam, sim, as auroras
— as luzes em combustão
dos sonhos que, mesmo estéreis,
sucedem no coração.

Enquanto as almas penadas

nos caminhos pranteavam
o corpo que se perdera
e os cães com elas choravam,
na senzala não se ouviam
os passos que se cuidavam,
as vozes que, a medo e susto,
no paiol confabulavam.

Para quem é jaula o dia,

que seja conspiração
de perfídia e sortilégio,
de roubo e contravenção
a noite cujas estradas
não se sabe aonde dão,
a noite que enlaça o negro
com seus silêncios de irmão.
   


O POETA

 
Affonso Celso Ávila, mineiro de Belo Horizonte, poeta, ensaísta e crítico literário, no convés da fragata desde 1928, é um entusiasta incentivador cultural, especialista na literatura barroca mineira, considerado um dos mais importantes ensaístas vivos do  país. A poesia é o principal ofício deste escritor, que recebeu ao longo da vida importantes prêmios na área de literatura como o Prêmio Nacional  de Ensaio da Fundação Cultural de Brasília, Prêmio Jabuti e Premo FCW de Cultura. O escritor é autor de diversos livros de poemas, como O Açude e Sonetos da Descoberta, Discurso da Difamação do Poeta, Delírio dos Cinquent`anos, O Belo e o Velho e Cantigas do Falso Alfonso el Sábio. Na área do ensaio publicou, entre outros: Resíduos Seiscentistas em Minas, O Poeta e a Consciência Crítica, Iniciação ao Barroco Mineiro, Catas de Aluvião e Circularidade da Ilusão. Aos 82 anos de idade Ávila continua ativo levando sua poesia a todos os recantos Fundou nos anos 50 a revista Tendência e no final dos anos 60 a revista Barroco, que dirige até hoje. 


ALVARENGA PEIXOTO: O POETA INCONFIDENTE

Inácio José Alvarenga Peixoto, poeta fluminense (Rio de Janeiro 1744 – Ambaca, Angola 1793), estudou no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janei...