sexta-feira, 26 de julho de 2013

PAISAGEM ANOITECIDA

Enzo Carlo Barrocco






















Avisto a ponta da noite,
benditas horas que vêem,
com ela esplendorosa
a lua surge também.

Neste cenário amazônico
o céu de agosto contém
um silêncio que se nota
no ar, na terra; convém

que a noite seja tranquila
pois em tudo sobrevém
as vozes da natureza

afastadas, muito além
da floresta, rios, aldeias
onde não se vê ninguém. 


segunda-feira, 22 de julho de 2013

J. G. DE ARAÚJO JORGE: UM ROMÂNTICO DO SÉCULO XX


O POEMA...


DEDICATÓRIA


Este meu livro é todo teu, repara
que ele traduz em sua humilde glória
verso por verso, a estranha trajetória
desta nossa afeição ciumenta e rara!

Beijos! Saudades! Sonhos! Nem notara
tanta cousa afinal na nossa história...
E este verso - é a feliz dedicatória...
onde a minha alma inteira se declara...

Abre este livro... E encontrarás então
teu coração, de amor, rindo e cantando,
cantando e rindo com o meu coração...

E se o leres mais alto, quando a sós,
é como se estivesses me escutando
falar de amor com a tua própria voz!


...E O POETA










José Guilherme de Araújo Jorge (Tarauacá 1914 – Rio de Janeiro 1987) poeta e político acreano,  um dos maiores escritores brasileiros que, momentaneamente,  está esquecido pela mídia, exerceu várias funções durante sua vida. Foi locutor e redator de programas de rádio, professor de História e Literatura no Colégio D. Pedro II no Rio, candidato a vários cargos públicos, inclusive elegendo-se deputado por três legislaturas,  chegando a exercer a liderança o antigo MDB. Araújo era conhecido como o poeta do povo e da mocidade pela sua mensagem social e política e pela sua obra  puramente lírica, eivada  de romantismo . Autor de vasta obra literária (36 livros) sendo, em vida, um incansável divulgador da poesia.



  


segunda-feira, 15 de julho de 2013

A POESIA DA IMAGEM - TÚNEL DE MANGUEIRAS


DA SÉRIE LOGRADOUROS PÚBLICOS

PRAÇA DA REPÚBLICA - BELÉM - PA


Foto: Enzo Carlo Barrocco



LIBÉLULAS RUBRAS - 19ª TRÍADE

OS POETAS DE MÍCCOLIS

Do que falo
muitos já falaram;
falo de um pouco além
de pássaros, igapós e pores-do-sol.
Poetazinho...
Poeta pouco dos muitos de Míccolis


SOMBRAS NO QUINTAL

Assim uma luz atravessa a cerca
e uma sombra longa
amedronta o quintal;
a lua paira além das mangueiras,
cheia, branca, redonda.
A noite custa a se mover,


CAOS E TRENS

Um bêbado fala
e ninguém entende,
perigosamente, as proximidades
da linha do trem;
Uma cadela magra o acompanha.
O caos da cidade o ignora

segunda-feira, 8 de julho de 2013

CENÁRIO NOTURNO


Enzo Carlo Barrocco

















Às sombras dos telhados a lua cheia
Esparge poesia à ruazinha
A noite, no entanto, se encaminha
Vagarosamente a outra aldeia.

Porém antes dessa caminhada
A noite para sobre o povoado
Um panorama triste, assombrado
Apossa-se da vaga madrugada.

Por baixo das mangueiras espalhadas
Ao longo do pequeno povoado
O tempo se comprime enevoado

Ante a solidão da grande lua.
A noite, então, se apressa orvalhada
Agora a caminhada continua.


quarta-feira, 3 de julho de 2013

O POEMA TÃO-SOMENTE

Enzo Carlo Barrocco














Eu sabia que tinhas tempo
Contavas as estrelas que surgiam
Sobre o istmo,
Despreocupadamente.
A brisa, o marulho, o cheiro do mar
Denotavam a paz que te cercava.

A madrugada, então, deslizava
Lentamente
Carregando em seu bojo
Os elementos.

Nada sei de estrelas e de noites
Apenas este poema
Num obscuro ponto da paisagem.


segunda-feira, 1 de julho de 2013

PÁSSAROS DO ANOURÁ - Poetrix - 5ª Tríade

Enzo Carlo Barrocco


OFERTA

Trazei vossos risos
no azul sincero do dia,
puros e precisos.


ORGASMO

Fracas sombras tremem.
Sobre teu sexo glabro
suor, gozo e sêmen


MÃO E LAVOURA

Bela tarde doura,
no infinito dos eitos,
mão e lavoura.


ALVARENGA PEIXOTO: O POETA INCONFIDENTE

Inácio José Alvarenga Peixoto, poeta fluminense (Rio de Janeiro 1744 – Ambaca, Angola 1793), estudou no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janei...