quarta-feira, 27 de novembro de 2013

POEMAS EM UMA QUADRA - Nº 02

Enzo Carlo Barrocco


NOS CONFINS DO MUNDO

Subitamente a manhã se desata
Nos confins do mundo;
Um estudante à beira da via
Repõe a corrente da bicicleta.

 **

OUTROS CONTORNOS

Não há conformidade
Entre o desespero e a esperança.
Não te terrifica
Amanhã, certamente, outros contornos.

 **

UM CURTA-METRAGEM DE TERROR

A tua figura
Pelos cômodos da casa.
Esse medo de confrontar teu vulto -
Escondo meu temor na sala de leitura. 


terça-feira, 12 de novembro de 2013

A POESIA DA IMAGEM - À MARGEM DA BAÍA


DA SÉRIE PAISAGENS

Foto: Enzo Carlo Barrocco





REVOO DE BEIJA-FLORES - MICROTROVAS - REVOO Nº 5


Enzo Carlo Barrocco

KASTING
Bela 
louça a-
quela
moça!

CREPÚSCULO DE AGOSTO
Arde
linda a 
tarde
finda.

...E NEM TUDO SÃO FLORES
Fosse a
vida
doce
lida.

O CÍRIO DE NAZARÉ
Círio,
povo;
lírio
novo.

POR ONDE TENHO ANDADO
Vagas
luas
trago;
ruas. 

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

LUAS DE AJURUTEUA - CANTO Nº 14

Enzo Carlo Barrocco


SAUDADE ATEMPORAL

Não sei mais da tua boca,
nem da tua imagem nua,
teu sorriso muito menos,
mas a vida continua.


LUZ E MOROSIDADE

O sol se deita nas telhas
das casas do arrabalde,
vem chegando meio-dia,
luz e morosidade.


AI DE TI, AMAZÔNIA!

Eu que nasci na Amazônia
já nem mais a reconheço,
descaso, destruição...
tudo virado do avesso.


A MADRUGADA NAS PRAIAS DESERTAS

Nascendo no horizonte
por sobre o lombo do mar
a lua surge imponente,
praias desertas e luar.


POESIA RIBEIRINHA
Anoitece na floresta,
sombras pelos caminhos,
o silêncio toma conta
dos casebres ribeirinhos. 




sexta-feira, 1 de novembro de 2013

CLARICE LISPECTOR NO DIÁRIO DOS PENSADORES


CANÇÃO DO ÚLTIMO ENCONTRO

Enzo Carlo Barrocco 














Perdi teu sorriso nos caminhos
carregado por um vento torto
veja, meu amor, quantos espinhos
nos meus olhos. E a calma deste porto

põe-me angústia e dor dentro do peito.
A mão do tempo fechará, silente,
a eclusa deste amor desfeito;
a mudança, sei, é iminente.

A madrugada surge calmamente
a leste do meu rosto gris, nublado
pela saudade do teu riso ausente.

Contudo no horizonte se avizinha
outro sorriso ainda mais perfeito
e reporá em mim a luz que eu tinha.


ALVARENGA PEIXOTO: O POETA INCONFIDENTE

Inácio José Alvarenga Peixoto, poeta fluminense (Rio de Janeiro 1744 – Ambaca, Angola 1793), estudou no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janei...