O POEMA...
Horários de comboios
Eu amo esses horários de comboios em pequenas estações ferroviárias, De pé sobre a plataforma molhada e contemplando o infinito das faixas. O uivo distante de uma locomotiva. O que, o que? (Ninguém entende a linguagem nebulosa de motores a vapor)
Os trens de passageiros. Carros tanque. Vagões cheios de minério interminavelmente a passar. Assim passam os dias de sua vida através da estação do seu ser, Cheio de vozes, ruídos, sinais E o minério pesado de memória.
Traduzido do albanês por Robert Elsie.
...E O POETA
Ismail Kadare, albanês de Girokastra, poeta, no
convés da fragata desde 1936, estudou na Faculdade de Letras de Tirana e no
Instituto Gorki de Moscou. O poeta presenciou a devastação da Albânia na Segunda Guerra Mundial, cuja
experiência ficou marcada na vida e na obra do escritor. O romance O general do Exército Morto, de
1967, deu a ele projeção na Europa. Foi perseguido em seu país pelas duras
críticas que fazia ao regime comunista de Enver Hodja. Durante a década de
80, contrabandeou seus manuscritos para a França, até conseguir asilo
político e nacionalidade francesa, em 1990. Em 2005, recebeu o Man
International Booker Prize pelo conjunto da obra. Ismail foi
nomeado várias vezes ao Prêmio Nobel de Literatura aparecendo, sempre, na
lista dos favoritos.
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