sexta-feira, 6 de março de 2015

FLORES PROIBIDAS



Enzo Carlo Barrocco

 


















As flores que têm dono são tão mais belas
e muito mais belas essas flores são;
no entanto, vejo do vão azul da minha janela
essas flores serem colhidas uma a uma à mão.

É tempo de colheita e essas flores brancas
sob o vento tépido das manhãs se despem,
as vestes castas ante nuvens francas
e que longas sépalas pelo sol se crespem.

É noite, enfim, e dentre uns lábios rudes
há sussurros, e há luz nos olhos delas;
não mais as vejo as portas estão cerradas,

silêncio e gozo usurpam as madrugadas
que seguem violentamente amarelas
no dorso desesperado das ruas orvalhadas.

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