sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

A LADEIRA DO ESPEVITADO

Conto

por Enzo Carlo Barrocco



A ladeira era íngreme e as águas das chuvas tinham castigado, sobremaneira, a encosta. Dava para vislumbrar parte do igarapé correndo para a esquerda. Um menino de cabelo de milho, espevitado e carregando uma panela vazia, se pendurava com apenas uma das mãos em um cipó a beira do caminho. O pai vinha atrás puxando um cavalo pelas rédeas, despreocupadamente quando, de repente, o lourinho despencou ladeira abaixo. Quando o pai apontou na cabeça da ladeira a criança já tinha chegado à beira d´água. Nada de mais grave, aparentemente, tinha acontecido; só um choro incontido e algumas escoriações. A panela ficou suspensa pela alça num galho seco. Daquele dia em diante o lugar ficou conhecido como “a ladeira do espevitado”.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

MÁRIO BARATA NA ESTANTE VIRTUAL


Livro: Poder e Independência no Grão- Pará (1820-1823) - Monografia

Autor: Mário Barata
Edição: Conselho Estadual de Cultura - Belém



O autor presenteia os historiadores, assim como o público em geral, com este trabalho sobre a Adesão do Pará a Independência do Brasil com pormenores e dedicação.


terça-feira, 12 de janeiro de 2010

ALBRECHT DÜRER NO DIÁRIO DOS PENSADORES


Albrecht Dürer (Nuremberg 1471 – Idem 1528) pintor, gravador e ilustrador alemão


- Um bom pintor, por dentro, está cheio de figuras.


- Só a Deus pertence a faculdade de pautar a beleza absoluta.




sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

A POESIA MINEIRA DE ADRILES ULHOA FILHO


O POETA





Adriles Ulhoa Filho, mineiro de Paracatu, poeta, no convés da fragata desde 1937, conserva em seus escritos os gostos e os sabores das Minas Gerais, a vida e os afazeres do interior, as belas paisagens mineiras dos anos de 1940 e 50, cujas poesias continuam atualíssimas, por sinal. Adriles, presentemente, é membro da Academia de Letras do Noroeste de Minas, onde ocupa a Cadeira nº 6. O poeta, embora tenha morado por 28 anos na capital paulista, fixou residência em Belo Horizonte. Trilhemos os caminhos poéticos de Adriles e a sua literatura de boa nota.



A POESIA



Antigo


Acorda, Petrúcia.
Desperta, Vicença!
Não deixem que o tempo
As venham tomar.

Embrenhem nas brumas,
Acoitem nas trevas
Não deixem que o hoje
As venham levar.

Caminhem nas matas,
Dispensem os leitos
Não deixem que o novo
As venham mudar.

Caladas, silentes,
Fiquem na escuta
Não ouçam o presente
Que as querem alcançar.

Enquanto dormias
Fiquei na vigília.
Velei os teus sonhos,
Postado, a rezar.

Agora, despertas!
A aurora raiando.
Não deixem o eterno,
De novo, escapar.



segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

AS TAPERAS



DJAVAN NO DIÁRIO DOS PENSADORES


* Djavan (Maceió 1949) cantor e compositor alagoano


- É que fui condenado a viver do que cantar.


- É preciso ter sorte na vida, até para atravessar a rua.


- Por ser exato, o amor não cabe em si. Por ser encantado, o amor revela-se. Por ser amor, invade e fim.


- Nem se eu bebesse todo o mar, encheria o que eu tenho de fundo.


- Um dia triste, um bom lugar pra ler
um livro e o pensamento lá em você


- Teus sinais me confundem da cabeça aos pés, mas por dentro eu te devoro...Teu olhar não me diz exato quem tu és, mesmo assim eu te devoro!!!


- É esse o vírus que eu sugiro que você contraia
Na procura pela cura da loucura,
Quem tiver cabeça dura vai morrer na praia.



ALVARENGA PEIXOTO: O POETA INCONFIDENTE

Inácio José Alvarenga Peixoto, poeta fluminense (Rio de Janeiro 1744 – Ambaca, Angola 1793), estudou no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janei...