Alcides Werk
Aquidauana 1934 – Manaus 2003
Poeta sul-mato-grossense
ESTUDOS VI
agora, eu mesmo o consegui catando
abismos nesse mar desconhecido
que o tempo me mostrou depois de mim.
Este sabor estranho de distância
que vivo a cada hora e que me envolve,
vem da vida que vi nessa voragem.
Sei, agora, que após a ronda inútil
por além dos limites do meu nada,
voltamos mais vazios, eu e o barco
que construí para guardar tesouros.
No regresso noturno, cumpro o gesto
de buscar o local, em cada porto
onde possa esconder um sonho morto.
Um comentário:
Triste viagem, talvez... Mas a nau da alma prossegue, perseguindo sonhos, rumo ao azul infinito... Abraço alado, a bordo de um barco pleno de sais e sóis, onde os vazios tornam-se anzóis para a pescaria de estrelas no fundo dos abismos do nós...
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