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JIRAU DIVERSO
Nº 34– dezembro.2008
por Enzo Carlo Barrocco
A POESIA PARANAENSE DE EMILIANO PERNETA
O POEMA
SETEMBRO
Eu ontem vi chegar, quase que à noitezinha,
Apressada e sutil, a primeira andorinha...
É a primavera, pois, em flor, que se anuncia,
É setembro que vem, bêbedo de ambrosia
Mãos doiradas, a rir, mãos leves e radiosas,
Semeando à luz e ao vento as papoulas e as rosas...
Como foi para nós de um esquisito gozo,
Ó minha alma! esse doce, esse breve repouso,
Que entre o nosso viver tumultuário e incerto
Surgiu como se fosse o oásis do deserto...
O POETA
David Emiliano Antunes, o Emiliano Perneta, poeta e jornalista paranaense (Pinhais 1866 – Curitiba 1921) foi um incansável homem de letras sempre preocupado com a difusão da literatura em nosso país. Alguns críticos vinculam a poesia de Perneta ao simbolismo embora eu, particularmente ache que seus escritos transpõem sutilmente essa rotulação. Colaborador em diversos periódicos de São Paulo e Curitiba, deixou a sua poesia fragmentada, também, em algumas revistas criadas por ele.
ESTANTE DE ACRÍLICO
Livros Sugestionáveis
Surfando na Multidão (poesias)
Autor: Edyr Augusto
Edição: Editora Cejup
Os textos de Edyr margeiam a poesia práxis sem, no entanto, tocá-la. Poemas concisos, sem títulos, harmoniosamente construídos.
Albergue Noturno (romance)
Autor: Edilson Pantoja
Edição: IAP / Governo do Pará
Embora falte um pouco de estilo (acerto que o jovem autor fará no decorrer da carreira) a escrita de Edílson é interessantíssima. Um romance fatiado.
Vidas Secas (Romance)
Autor: Graciliano Ramos
Edição: Editora RCB
Uma família de retirantes tenta escapar da seca nos confins dos sertões nordestinos. Todas as nuances desta saga narradas pela genialidade de Graciliano.
***
A FRASE DI/VERSA
Um homem desejoso de trabalhar e que não consegue encontrar trabalho, talvez seja o espetáculo mais triste que a desigualdade ostenta.
- Thomas Carlyle (Ecclefecham 1795 – Londres 1881) historiador, jornalista e filósofo escocês
DA LAVRA MINHA
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