quarta-feira, 9 de setembro de 2009

DA LAVRA POÉTICA DE ADELINO FONTOURA


CELESTE



Adelino Fontoura
(Axixá, Maranhão 1859 - Lisboa 1884)

É tão divina a angélica aparência

e a graça que ilumina o rosto dela,

que eu concebera o tipo de inocência

nessa criança imaculada e bela.


Peregrina do céu, pálida estrela,

exilada na etérea transparência,

sua origem não pode ser aquela

da nossa triste e mísera existência.


Tem a celeste e ingênua formosura

e a luminosa auréola sacrossanta

de uma visão do céu, cândida e pura.


E quando os olhos para o céu levanta,

inundados de mística doçura,

nem parece mulher - parece santa.



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