A manhã está deserta, à madrugada
a chuva se deitou sobre meu pasto,
o céu é um lençol molhado e vasto
sobre o igapó, a mata, a estrada.
No alto da andirobeira antiga
uns pássaros esperam pacientes
que o tempo e a paisagem indolentes
se abram e o dia então prossiga.
Fico olhando aqui do meu alpendre
a bela poesia do momento,
longe o milharal amarelento
some e o igarapé inchado.
De par em par tucanos e araras
riscam, de repente, o céu nublado.
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