O POEMA...
PERTO
DO SONO
Estelar, movia-se no tempo
até ficar com o lado esquerdo
do rosto sobre o travesseiro.
O corpo vaga no deleite
de um cometa que atravessa
a fronteira da Via Láctea.
O astro se converte em carne
como uma pintura a óleo, tarde
demais para o sono que não
veio, soprando de antemão
sobre o corpo alheio, vizinho
na ondulada galáxia do lençol.
Então o sono chegou, fresco
como o vento, a levar para longe
a poeira estelar do pensamento.
Estelar, movia-se no tempo
até ficar com o lado esquerdo
do rosto sobre o travesseiro.
O corpo vaga no deleite
de um cometa que atravessa
a fronteira da Via Láctea.
O astro se converte em carne
como uma pintura a óleo, tarde
demais para o sono que não
veio, soprando de antemão
sobre o corpo alheio, vizinho
na ondulada galáxia do lençol.
Então o sono chegou, fresco
como o vento, a levar para longe
a poeira estelar do pensamento.
Davino
Ribeiro de Sena, Pernambucano de Recife, poeta e filósofo, no convés da fragata
desde 1957 é um dos excelentes poetas nordestinos da atualidade. Sua poesia já
foi comparada a de Augusto dos Anjos e a de João Cabral de Melo Neto, adotando
deste algum vocabulário e procedimento técnico. O lirismo, no texto poético de
Davino, é um elemento sempre presente. O poeta camba, até certo ponto, para a
poesia social, o memorialismo e o poema narrativo. Davino também é diplomata;
atualmente é encarregado de assuntos
culturais no consulado do Brasil em Nova York.
Nenhum comentário:
Postar um comentário