O POEMA...
ACRE: VOLTA À VIDA
SIMPLES
O meu caleidoscópio é o
pensamento,
que imagens do Acre forma
em minha mente:
é o rio que dobra um
porto lamacento...
é o barranco... é a
floresta... é a minha gente...
Mas sinto mais sua falta
no momento
em que a gente por algo
se ressente:
por qualquer coisa brigo,
me apoquento,
e um nada faz ferver meu
sangue quente!...
Meu corpo é a Terra do
Acre enrubescida
na luta dos meus pais e
antepassados...
é o povo... é a sua
borracha... é a sua lida...
Por isto do Acre sinto impregnados
meu sangue, minha carne,
minha vida
e o tempo em que fui
gente em dias passados...
...E O POETA
Océlio de
Medeiros (Xapuri 1917 – Rio de Janeiro 2008) poeta, contista, romancista e
jornalista acreano foi um dos grandes escritores do norte do Brasil do século
passado e início deste. Océlio viveu por algum tempo em Belém, onde concluiu os estudos e iniciou a vida no magistério e no
jornalismo (“Folha do Norte” e “O Estado do Pará”), além de atuar na militância
estudantil contra a ditadura do Estado Novo. Por um tempo, quando voltou a morar em Rio
Branco, o poeta esteve à frente da luta dos seringueiros acreanos contra os
desmandos dos grandes agropecuaristas do Estado. Acabou por ser perseguido. As
paisagens acreanas são presentes em vários textos do escritor, principalmente
na poesia, onde teve excelente desempenho.
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