ARY LOBO, O FORROZEIRO PARAUARA
por Enzo Carlo Barrocco
Gabriel Eusébio
dos Santos Lobo, o Ary Lobo (Belém 1930 – Fortaleza 1980), cantor e compositor paraense, foi um ferrenho
defensor da música nordestina de raiz, o chamado forró pé de serra. Esse
notável paraense, antes de se tornar popular como cantor, exerceu as mais diversas profissões, incluindo a de mecânico
e corneteiro na Força Aérea Brasileira, onde serviu, quando jovem. Começou se apresentando
em um concurso de calouros na PRC-5, atual Rádio Clube do Pará, de Belém. Nessa
primeira apresentação obteve grande aceitabilidade. Certa vez, em São Luiz do
Maranhão, cantando no Teatro Arthur Azevedo, Luiz Gonzaga, o já consagrado Rei
do Baião, se encontrava na platéia e de cara gostou do jeito do jovem iniciante.
Gonzaga até fez um convite a Ary para acompanhá-lo ao Rio de Janeiro, o que não
pode ser feito prontamente devidos aos compromissos. Um ano após, o conhecido compositor
Pires Cavalcante fez um convite para o jovem Ary que arrumou o bornal e partiu rumo
ao Rio de Janeiro, então Capital Federal. Assinou Contrato com a RCA Victor e
em 1956 gravou seu primeiro disco, que foi o início da sua carreira musical.
Ary Lobo tem mais de 700 músicas gravadas[por
ele e outros cantores, músicos e intérpretes pelo Brasil afora. O estilo de Ary era semelhante ao de Jackson do Pandeiro onde incluíam baiões, cocos, rojões,
xotes, xaxados. Os anos de 1950 e 1960 foram os mais produtivos na carreira de
Ary, gravando nove LPS para a RCA que dominava o mercado fonográfico à época.
Ary Lobo está entre os cinco maiores forrozeiros do Brasil, ao lado de Luiz
Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Marinês e Luis Vieira. Suas músicas estão por aí,
em todas as plataformas, inclusive streaming, para a alegria de seus admiradores. Eu
particularmente, sou um fã inveterado do grande Ary Lobo que faleceu em Fortaleza-CE,
aos 50 anos de idade.
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