quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

O POEMA E O POETA: BANDEIRA TRIBUZI

O POEMA...


PAISAGEM

Eis aqui um cão
e defronte um homem:
ambos o pão
da fome comem.
Olha o cão a vida
triste das pedras
(coitado do cão
que não pasta ervas)
e por fim já morde
o osso das trevas.

Olha a vida o homem

com saudade amarga.
Os olhos do homem
já não olham nada.
Só, em seus ouvidos
de carne fanada,
teimam os latidos
da morte e do nada.

...O POETA

Bandeira Tribuzi,  no batismo,  José Tribuzi Pinheiro Gomes (São Luís 1927 — Idem 1977) poeta Maranhense que com o seu livro "Alguma Existência", de 1948, iniciou o Modernismo no seu Estado natal. Filho de pai português, até 1946 viveu em Portugal, estudando na Universidade de Coimbra. Ao lado de outros escritores, fez parte do movimento literário que difundiu, por meio de uma revista chamada "A Ilha", o Modernismo em seu Estado. Foi, também, um dos fundadores do jornal "O Estado do Maranhão". A canção chamada "Louvação a São Luís", composta por ele, tornou-se o hino oficial da capital maranhense. O Memorial Bandeira Tribuzi (próximo ao Espigão Costeiro) foi criado justamente em sua homenagem. A Ponte Bandeira Tribuzi, uma das mais importantes da capital, também lhe faz um tributo. Tem um dos bustos que homenageiam escritores maranhenses na Praça do Pantheon. Foi um modernizador, um agitador cultural que influenciou toda uma geração de poetas ludovicences.




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