Ângelo d´Ávila
Araxá, 1924
Poeta e contista mineiro
SINAIS DE CHUVA NO SERTÃO
Quando acorda a cigarra-do-sertão,
solta o assobio a favor do vento,
não é cantiga, é aviso, é sofrimento,
gemido aterrador da sequidão.
que responde depressa esse lamento,
marruás chifra barranco e o jumento
bate a pata no cupim, arranca chão.
águas-sós dão foguetes na lagoa,
os ventos batem palmas nos buritis.
seus cílios sobre o sol, vem chuva boa,
vêm lágrimas do céu regar a terra.
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