quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

PARA NÃO ESQUECER OS TEMPORAIS

Enzo Carlo Barrocco

O dia turvo me acomoda a alma
tudo é tão soturno, tão tristonho,
é possível a chuva e hoje ponho
no verso toda a sensatez e toda a calma.

Cai a chuva e o tempo enfadonho
pingo a pingo me ensopando a alma
põe-me à boca a prudência e a calma
por todo o tempo que tenho e disponho.

O tédio irremitente me aquieta
avoluma-se a chuva no telhado
e fico, desse modo, descansado

dentro de mim mesmo, rima e verso,
contudo temporais trago guardados
dentro dos meus olhos sossegados.

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