Soneto
sob o mote: hei de mártir de amor, morrer te amando.
Inda cabe rigor neste teu peito?!
Anália, de afligir-me inda não cansas?!
Cruel, não sentes, ímpia, não alcanças
De tua ingratidão o triste efeito?!
Teu duro coração já satisfeito
Acaso não estará dessas provanças
Que me dão caprichosas esquivanças,
Com que pisas de amor doce preceito?!
Entre surdos arquejos de agonia
Vou a Vida de angústias acabando,
Que um ai! Um só sorriso salvaria.
Mas, embora ferina vais matando
Meu firme coração com tirania,
"Ei de mártir de amor, morrer te amando."
sob o mote: hei de mártir de amor, morrer te amando.
Inda cabe rigor neste teu peito?!
Anália, de afligir-me inda não cansas?!
Cruel, não sentes, ímpia, não alcanças
De tua ingratidão o triste efeito?!
Teu duro coração já satisfeito
Acaso não estará dessas provanças
Que me dão caprichosas esquivanças,
Com que pisas de amor doce preceito?!
Entre surdos arquejos de agonia
Vou a Vida de angústias acabando,
Que um ai! Um só sorriso salvaria.
Mas, embora ferina vais matando
Meu firme coração com tirania,
"Ei de mártir de amor, morrer te amando."
E O POETA
Joaquim Eduvirges de Mello Açucena, o Lourival Açucena, poeta, cantor e compositor (Natal 1927 - Idem 1907) foi um dos primeiros poetas potiguares, tendo os seus poemas alguma ligação com o Romantismo, embora o Arcadismo lhe tenha dado uma nesga de contribuição. Os serões boêmios de Natal sempre tiveram a participação de Açucena que levou uma vida bastante agitada. Lourival escreveu para todos os jornais de Natal da época, embora, em vida, não tenha publicado livro. Após sua morte os amigos não mediram esforços e reuniram seus poemas em um livro chamado Poliantéia.
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