Maria Firmina dos Reis (São Luís 1822 — Guimarães 1917) poeta, contista, romancista, musicista e professora maranhense é considerada a primeira mulher a publicar um romance no Brasil, em 1859. Quando já tinha 54 anos de idade e 34 de magistério, muito antes de se aposentar, fundou no povoado de Maçaricó, a poucos quilômetros de Guimarães, uma aula mista e gratuita para alunos que não podiam pagar. Dirigia-se toda manhã à escola num carro de boi. A acadêmica Norma Telles afirmava que a iniciativa de Maria Firmina era "um experimento ousado para aqueles tempos do século XIX". Maria Firmina teve participação ativa na vida intelectual do estado Maranhão à época. Escreveu para a imprensa local, publicou livros, participou de muitas antologias, e, além disso, também foi musicista e compositora. Firmina era ferrenha abolicionista. Chegou também a escrever um "Hino da Abolição dos Escravos". Maria Firmina tinha uma compleição débil e era bastante tímida. Pequena, parda, olhos negros e cabelos crespos. Era uma professora enérgica, falava baixo, porém não dava castigos aos alunos, preferia aconselhar, onde era muito estimada pelos alunos e pela população da vila. A escritora morreu cega e na pobreza aos 92 anos de idade. É a única mulher dentre os bustos da Praça do Pantheon, que homenageiam importantes escritores maranhenses, em São Luís. Aqui a sua obra-prima, o romance Úrsula, publicado em 1859, considerado o primeiro romance escrito por uma mulher no Brasil. Escrito sob o pseudônimo "uma maranhense", esse livro foi ter segunda edição, essa facsimilar, somente (veja bem) em 1975, graças a organização de Horácio de Almeida. Úrsula é considerado um romance precursor da temática abolicionista na literatura brasileira, pois é anterior à poesia de Castro Alves e ao "As vítimas-algozes" de Joaquim Manoel de Macedo.
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