O POEMA...
LIRIAL
Vens com uns tons de searas,
De prados enflorescidos
E trazes os coloridos
Das frescas auroras claras.
E tens as nuances raras
Dos bons prazeres servidos
Nos rostos enlourecidos
Das parisienses preclaras.
Chapéu das finas elites,
De roses e clematites,
Chapéu Pierrette — entre o sol
Passando, esbelta e rosada,
Pareces uma encantada
Canção azul do Tirol.
...O POETA
João da Cruz e Sousa (Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis 1861- Curral Novo, atual Antônio Carlos, MG 1898) poeta catarinense, foi um dos precursores e o maior representante do simbolismo no Brasil. Em 1881, dirigiu o jornal Tribuna Popular, no qual foi um incisivo combatente da escravidão e do preconceito racial. No ano de 1883, por ser negro, foi recusado como promotor da cidade de Laguna. Em 1890, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde conseguiu um emprego de arquivista na Estrada de Ferro Central do Brasil, ao mesmo tempo em que colaborou com diversos jornais da época. O poeta morreu jovem, aos 36 anos, acometido de tuberculose, doença incurável no final do século XIX.
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