quinta-feira, 12 de julho de 2007

UM GAVIÃO ME AGUARDA DE MANHÃ


Lago Água Preta: o Complexo do Utinga clama por proteção

Crônica
por Enzo Carlo Barrocco

Quase todas as manhãs quando vou pegar o ônibus para ir ao trabalho, no final das linhas Águas Lindas, bairro do mesmo nome, onde moro, um gavião, pássaro raro por aqueles lados, está comodamente pousado no alto de uma grande árvore à margem da estrada. Existe de um dos lados da rua uma reserva florestal que é mantida pela SECTAM - Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, com o apoio do BPA - Batalhão de Policiamento Ambiental do Exército, cercada por um muro, até certo ponto, e por uma cerca aramada deste ponto em diante. Dentro dessa reserva existem três lagos de porte médio, que são: o Bolonha, o Água Preta e o Utinga e, por isso mesmo, toda essa área é denominada Complexo do Utinga. É um lugar lindíssimo e, certamente, existem várias espécies de animais que fazem do parque o seu habitat. Eu próprio já vi bandos de macacos, papagaios, garças, alguns tipos de cobras, beija-flores, várias espécies de insetos. Esse parque fica próximo de minha casa localizada em um conjunto habitacional. Da minha porta dá para vislumbrar a mata exuberante e protegida, evidentemente, pelo pessoal do Exército. Aliás, é das águas desses lagos que a Companhia de Saneamento do Pará abastece a cidade de Belém. Dentro do parque, por sinal, existe uma estação de tratamento. Lembro que quando servi o Exército nos idos de 1979, íamos fazer treinamento dentro do Parque que naqueles tempos era menos danificado Existiam, como até hoje existem, algumas trilhas e belos igarapés dentro da reserva o que dá uma maior importância a esse belo lugar. Recentemente o Governo do Estado indenizou todas as famílias que residiam dentro da área para que o manancial seja preservado livrando-o da poluição que, evidentemente, as pessoas provocam.
Portanto é um privilégio residir ao lado de uma reserva florestal de importância tão grande como o Complexo do Utinga. Roguemos para que as autoridades competentes não deixem que inescrupulosos destruam essa pequena mostra da floresta amazônica que é uma das poucas áreas verdes que existem nos arredores de Belém. Seria um crime hediondo deixá-la à sorte de todo tipo de depredação como acontecem em outras áreas que deveriam, também, ser preservadas. Quanta vida existe ali! Em vista disso, meus amigos, juntemos-nos aos que realmente querem preservar o que ainda resta para que,
mais adiante, não nos arrependamos de atitudes que não tomamos.
Ah! Hoje mesmo aquele gavião ainda me esperava!

Em: 12.07.2007

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