
Augusto dos Anjos
(Cruz do Espírito Santo 1884 – Barbacena, MG 1914)
Poeta paraibano
O LAMENTO DAS COISAS
Triste, a escutar, pancada por pancada,
 A sucessividade dos segundos,
 Ouço, em sons subterrâneos, do Orbe oriundos, 
O choro da energia abandonada!
  O choro da energia abandonada!
É a dor da Força desaproveitada,
 - O cantochão dos dínamos profundos,
 Que, podendo mover milhões de mundos,  
Jazem ainda na estática do Nada!
É o soluço da forma ainda imprecisa...
Da transcendência que não se realiza...
Da luz que não chegou a ser lampejo...
E é em suma, o subconsciente aí formidando
Da natureza que parou, chorando,
No rudementarismo do Desejo!  
Jazem ainda na estática do Nada!
É o soluço da forma ainda imprecisa...
Da transcendência que não se realiza...
Da luz que não chegou a ser lampejo...
E é em suma, o subconsciente aí formidando
Da natureza que parou, chorando,
No rudementarismo do Desejo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário