JIRAU DIVERSO
Nº 12 – fevereiro.2007
por Enzo Carlo Barrocco
A poesia espírito-santense de Matusalém Dias de Moura
O POEMA
3 HAI-KAIS
Varal Partido
a roupa no chão.
A voz da lavadeira.
 
Vazia tarde
Se põe o sol.
A cigarra só
*
Rosto de criança
a vidraça embaçada.
Chuva e reclusão.
O POETA
Matusalém Dias de Moura, espírito-santense de Irupim, poeta, contista e político, no convés da fragata desde 1959, situa seu trabalho poético na região capixaba do município de Iúna, onde passou sua infância, não se esquecendo, porém do seu ofício de escrever sobre a beleza da vida em todas as suas variantes.  O hai-kai é um gênero que Matusalém cultiva maravilhosamente bem. Portanto, um poeta que faz do simples, excelentes imagens poéticas.
***
ESTANTE DE ACRÍLICO
Livros Sugestionáveis
“Miscela Literária” (Contos) 
Autor: Hilmo Moreira
Edição: Imprensa Oficial do Estado do Pará
Este livro prova o talento literário de Hilmo Moreira. Romancista e contista exímio, em “Miscela... Hilmo aborda vários aspectos do cotidiano em situações diversas.
“Relicário” (Poesias)
Autora: Patrícia Neme
Edição:  Editora Corifeu
A infância 
nome: poesia. 
“Entre os atos” (Romance)
Autora: Virgínia Woolf
Edição: Editora Nova Fronteira
Não é um dos melhores trabalhos de Woolf, entretanto vale conferir a escrita desta romancista inglesa que soube muito bem retratar a sociedade bretã das primeiras décadas do século passado.
A FRASE DI/VERSA
O único meio de criar homens livres é educá-los, outro modo ainda não se inventou e com certeza nunca se inventará.
- Olavo Bilac (Rio de Janeiro 1865 – Idem 1918) poeta, novelista, cronista, crítico literário e ensaísta fluminense.
***
DA LAVRA MINHA
AS LAVADEIRAS DO IGARAPÉ MENINO
         Enzo Carlo Barrocco
Igarapé Menino, 
passagem de gente, paisagem de todos,
vozes agudas e coxas à mostra;
súbito, ao nível d´água, sobe uma saia.
Águas claras, rasas águas.
Mulheres que falam de ereções e espermas,
mulheres que lavam seus raros orgasmos; 
seios aguçados sob as blusas úmidas.
Risos e obscenidades,
sexos submersos entre espumas e panos;
gozos quarados nas pontas dos dedos,
Igarapé Menino
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