terça-feira, 8 de janeiro de 2008

BRUNO CATTONI: UM JORNALISTA NAS SENDAS DA POESIA


Bruno Cattoni
(Rio de Janeiro 1957)
Poeta e jornalista fluminense

Poema Ontológico

Ser único sem relação
encerrado no espaço
onde o há o largou em lugar nenhum.

Ser excludente esvaziado
da capacidade do outro que se recolhe
à significação ausente.

Ser que não tem vanguarda ou verso
se esgana como toalha imaterial torcida
vincando no repuxo
o vivido fora do presente,
ainda futuro, antes do memorável,
o que podia ter sido
e o que poderá não ser.

Ser anterior à justiça
mas merecedor da indulgência
de um tempo massacrado e sucateado no
instante.

Ser esmagado contra a própria totalidade
sendo existido por sua sombra.

Ser sem que,
montando sua cilada de ser
sem se surgir coisa dada.
Farsa da alma.

Forja desiniciada.

Tributário do esquecimento
(Mas como lembrá-lo se é sem ter sido?).

Momento-espaço
onde coube um sujeito
de que outro experimentou em visita.
(Adjetivos
à toa, expirados).

Substantivo composto de tudo que cerca.

Nenhum comentário:

ALVARENGA PEIXOTO: O POETA INCONFIDENTE

Inácio José Alvarenga Peixoto, poeta fluminense (Rio de Janeiro 1744 – Ambaca, Angola 1793), estudou no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janei...