sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
ELSON FRÓES: UM POETA
Elson Fróes
(São Paulo 1963)
Poeta paulista
Caro seja meu canto,
Se o pensar se evola,
Canto de amor agora
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
O ENGRAVATADO
por Enzo Carlo Barrocco
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
A POESIA MELANCÓLICA DE SYLVIA PLATH
Sylvia Plath (Jamaica Plain, Massachusetts, 1932 — Londres 1963)
Poeta, romancista e contista americana
PAPOULAS DE JULHO
Ó papoulinhas, pequenas flamas do inferno,
Então não fazem mal?
Vocês vibram. É impossível tocá-las.
Eu ponho as mãos entre as flamas. Nada me queima.
E me fatiga ficar a olhá-las
Assim vibrantes, enrugadas e rubras, como a pele de uma boca.
Uma boca sangrando.
Pequenas franjas sangrentas!
Há vapores que não posso tocar.
Onde estão os narcóticos, as repugnantes cápsulas?
Se eu pudesse sangrar, ou dormir!
Se minha boca pudesse unir-se a tal ferida!
Ou que seus licores filtrem-se em mim, nessa cápsula de vidro,
Entorpecendo e apaziguando.
Mas sem cor. Sem cor alguma.
Tradução:
Afonso Félix de Souza.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
ALCEU VALENÇA E A MÚSICA NO JIRAU
por Enzo Carlo Barrocco
TÍTULO: LEQUE MOLEQUE
INTÉRPRETE: ALCEU VALENÇA
GRAVADORA: RCA VICTOR (1987)
Leque Moleque, talvez, seja um dos trabalhos mais importantes de Alceu Valença, poeta pernambucano. Escolheu a música (ou foi a música que o escolheu?) para que sua sensibilidade fosse mais apreciada. Letras belíssimas aliadas a sua interpretação única nos causam a sensação de puro prazer. Destaque para as músicas Bobo da Corte (Alceu Valença), O P da Paixão (Alceu Valença), Leque Moleque (Carlos Fernando e Alceu Valença), Girassol (Alceu Valença) Íris (Alceu Valença). Acompanhado de músicos como Tavinho (Teclados), Wilson Meireles (Bateria), Sidinho (Percussão), Hirashi Honda (guitarra), Eduim (atabaque) e o saudoso Rafael Rabelo (guitarras, violão de aço), falecido em 1995, o disco realmente é uma verdadeira raridade. Rildo Hora ainda empresta seu talento à música Girassol. Os dois primeiros versos da música Leque Moleque já nos faz perceber a linha poética de Alceu: “Primeiro a luz e o verbo / depois reluz invenção...
AS MULHERES NUAS
Dos meus olhos impuros
descubro a via ápia
das curvas que existem no teu semblante.
Acontece tudo o que se imagina;
estrada que segue
entre milharais e
este céu flavo; tarde nos meus cabelos.
As mulheres nuas dançam
sobre um tapete
imaginadas agora dentro de mim.
O que se passa nos lugares
onde meus olhos não alcançam?
Ainda estou longe de me tornar um anjo...
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
EDIMILSON DE ALMEIDA PEREIRA O POETA DAS GERAIS
EDIMILSON DE ALMEIDA PEREIRA
Juiz de Fora 1963
Poeta e ensaísta mineiro
QUADRA
Serpentina alguma morre no ar
e a folia não queda no escuro.
Um temor envolve toda alegria
e o esquecimento vigia sua eternidade.
A morte na folia ama a serpentina
e nem separa a vida de seu destino.
Em quadra ficam os dias, o amor cansado da
alegria, em quadra um desejo no teto,
deidade no templo.
A LANTERNA DOS LUMIÈRE - ALAN RICKMAN E MOS DEF SÃO QUASE DEUSES
por Enzo Carlo Barrocco
TENACIDADE É A PALAVRA-CHAVE.
Filme: Quase Deuses (Something the Lord Made), Drama, 110 minutos, EUA (2004). Direção: Joseph Sargent. Com: Alan Rickman, Mos Def, Kyra Sedgwick, Merritt Wever, Doug Olear, David Bailey, Nat Benchley, Gabrielle Union
A época da Depressão americana, Viven Thomas (Def), um jovem negro, perde todo o dinheiro que tinha juntado para pagar a faculdade de medicina. Como faxineiro de um pesquisador, Vivien descobre realmente seu talento para a área médica. Trabalhando na Universidade Johns Hopkins, ao lado do doutor Alfred Blalock (Rickman), Viven se torna, depois de inúmeras decepções, um excelente professor, sendo, inclusive, já com a idade avançada, agraciado com o título de doutor. Excelente atuação de Mos Def. Esse filme, fruto de uma história real, foi realizado originariamente para a TV americana.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
OS ANIMAIS: NOSSOS IRMÃOS DE PLANETA
por Enzo Carlo Barrocco
O DIÁRIO DOS PENSADORES - PÁGINA 20
Para ensinar há uma formalidade a cumprir: saber.
- Eça de Queiroz (Povoa do Varzim 1844 – Paris 1900) contista
e romancista português
A liberdade não é uma concessão, mas uma vitória de cada dia.
- Jânio Quadros (Campo Grande, então Estado de Mato Grosso 1917 – São Paulo 1922) político mato-grossense, ex-presidente da República
Cada coisa tem sua hora e cada hora o seu caminho.
- Raquel de Queiroz (Fortaleza 1910 – Rio de Janeiro 2003) contista, romancista, dramaturga e cronista cearense
O que dizemos nem sempre é parecido com o que somos.
- Jorge Luis Borges (Buenos Aires 1899 – Genebra, Suíça 1986) poeta, contista e ensaísta argentino
Da raivosa paixão que resulta do ciúme, só os ciumentos podem falar adequadamente.
- Francisco de Quevedo y Villegas (Madri 1580 – Villanueva de los Infantes 1645) poeta espanhol
A alma é essa coisa que pergunta se a alma existe.
- Mário Quintana (Alegrete 1906 – Porto Alegre 1994) poeta, contista e jornalista gaúcho
O marido enganado é um homem que se engana a respeito da mulher que o engana.
- Sérgio Porto, o Stanlislaw Ponte Preta (Rio de Janeiro 1923 – Idem 1968) cronista e humorista fluminense
É dever do homem levantar o homem.
- José Marti (Havana 1853 – Dos Rios 1895) poeta, ensaísta e jornalista cubano
Veja o meu caso: eu caminhei do nada para um estado de extrema pobreza.
- Groucho Marx (Nova York 1890 – Los Angeles 1977) ator comediante americano
A religião é o gemido do oprimido.
- Karl Marx (Trier 1818 – Londres 1883) economista, político, filósofo e ensaísta alemão
As pessoas pedem críticas, porém só desejam ouvir elogios.
- William Somerset Maughan (Paris 1874 – Londres 1065) romancista, contista, dramaturgo e ensaísta inglês
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
GENIVAL LACERDA E A MÚSICA NO JIRAU
por Enzo Carlo Barrocco
TÍTULO: TRIBUTO A JACKSON DO PANDEIRO
INTÉRPRETE: GENIVAL LACERDA
GRAVADORA: RGE (1998)
Um trabalho de valor inestimável. É o que é esse CD do irreverente Genival Lacerda, um dos representantes nordestinos na MPB, numa justa homenagem a Jackson do Pandeiro, “O Rei do Ritmo” (falecido em 1982). José Gomes Filho, ou melhor, Jackson do Pandeiro dispensa qualquer comentário e essa homenagem feita por Genival, seu conterrâneo, vem resgatar a importância desse paraibano dentro da MPB. Genival dá uma conotação mais malemolente, digamos assim, a verdadeiras jóias como: Cantiga do Sapo (Buco do Pandeiro – Jackson do Pandeiro), Sebastiana (Rosil Cavalcante), Forró em Limoreiro (Edgar Ferreira), Forró em Caruaru (Zé Dantas), Secretário do Diabo (Osvaldo Oliveira – Ronaldo Costa), Como Tem Zé na Paraíba (Catulo de Paula – Manezinho Araújo), entre outras. Os músicos que acompanham Genival são excepcionais, destacando-se a dupla de sanfoneiros Dominguinhos e Osvaldinho. São vinte músicas sendo doze
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
RIMBAUD: O POETA INFANTE
JEAN-ARTHUR RIMBAUD
(Charleville 1854 – Marselha 1891)
Poeta francês
Quando eu atravessava os Rios impassíveis,
Senti-me libertar dos meus rebocadores.
Cruéis peles-vermelhas com uivos terríveis
Os espetaram nus em postes multicores.
Eu era indiferente à carga que trazia,
Gente, trigo flamengo ou algodão inglês.
Morta a tripulação e finda a algaravia,
Os Rios para mim se abriram de uma vez.
Imerso no furor do marulho oceânico,
No inverno, eu, surdo como um cérebro infantil,
Deslizava, enquanto as Penínsulas
Viam
Tradução: Haroldo de Campos
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
TOCO PRETO E A MÚSICA NO JIRAU
TÍTULO: UM CAVACO NO PARTIDO (CHORINHO)
INTÉRPRETE: TOCO PRETO
GRAVADORA: CBS/TROPICANA – 1974
Toco Preto é um daqueles chorões que não pode ser encontrado facilmente. Instrumentista de primeira linha coloca o cavaquinho, musicalmente, onde bem entende, ainda mais que o repertório, aqui, foi magistralmente escolhido. Toco transforma, por exemplo, “Forever and Ever” (S. Flavianos – R. Constantinos), a qual Demis Roussos deu conotação universal, numa verdadeira obra de arte, passando por “Lamento” (Pixinguinha – Vinícius de Morais), adaptada bem ao seu estilo; “Viagem” (João de Aquino – Paulo Cezar Pinheiro); “Matriz ou Filial” (Lúcio Cardim); “Kalu” (Humberto Teixeira) que ao cavaquinho é absolutamente deliciosa, bem como algumas composições suas: “Calango Pé de Cana”, “Espere no Cais”, em parceria com Marcos Venâncio; “Espere o Carnaval”. Esse disco, transformado em raridade, certamente está fora de circulação. Contudo, caso você tenha oportunidade de ouvi-lo, ouça-o. Toco Preto e o cavaquinho, aqui, estão, simplesmente, excepcionais.
EM TEMPO: Infelizmente não consegui nenhuma informação adicional sobre o artista, tampouco uma foto.
UM POEMA DA LAVRA DO VOGT
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
JIRAU DIVERSO Nº 17
Nº 17 – julho.2007
por Enzo Carlo Barrocco
A poesia sergipana de Gizelda Santana de Morais
O Poema
Viola de Gamba
construirão gestos insuspeitados
nossos passos juntos caminharão
dobro dos caminhos
nossos corpos juntos
suportarão o peso das pressões
elevado ao quadrado
nossos mentes juntas
nossos pensamentos
nossos momentos
se esticarão como cordas
de viola de gamba
nos ouvidos dos séculos.
A Poeta
Gizelda Santana de Morais, sergipana de Campo do Brito, poeta, contista e romancista, no convés da fragata desde 1939, teve seu primeiro livro, “A Rosa do Tempo”, publicado em 1958. Desde então Gizelda vem sempre se destacando nos meios literários brasileiros. O trabalho do Gizelda, mormente a poesia, deixa transparecer uma alma inquieta e preocupada com os rumos que a humanidade está tomando. Saudemos o vigor poético de Gizelda!
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ESTANTE DE ACRÍLICO
Livros Sugestionáveis
A Lua e os Saltimbancos
Autor: Fernando Tasso
Edição do autor
A excelente escrita de Fernando Tasso enternece logo á primeira leitura. “A Lua e os Saltimbancos” é um tesouro a ser descoberto.
Chove nos Campos de Cachoeira
Autor: Dalcídio Jurandir
Edição: Cejup/Secult/A Província do Pará
A história de um morador dos campos nos confins da Ilha do Marajó. A vida atribulada do homem marajoara enfrentando as intempéries daquela região.
Ércia os os Elfos
Autor: Reivaldo Vinas
Edição: Secult - FCPTN
A escrita nevrálgica de Reivaldo nos remete a um mundo de deuses, fadas, gnomos, duendes. Os poemas são resultado de anotações circunstanciais e escritos diários que foram tomando contornos simbólicos.
***
A FRASE DI/VERSA
Tão certo é que a paisagem depende do ponto de vista, é que o melhor modo de apreciar o chicote é ter-lhe o cabo na mão.
- Machado de Assis (Rio de Janeiro 1839 – Idem 1908) poeta, contista, romancista, dramaturgo, cronista e ensaísta fluminense
***
DA LAVRA MINHA
PABLO NERUDA: O POETA UNIVERSAL
Pablo Neruda
(Parral 1904 - Santiago 1973)
Poeta chileno
POEMA XXIII
Os dias não se descartam nem se somam, são abelhas
que arderam de doçura ou enfureceram
o aguilhão: o certame continua,
vão e vêm as viagens do mel à dor.
Não, não se desfia a rede dos anos: não há rede.
não caem gota a gota de um rio: não há rio.
O sonho não divide a vida em duas metades,
nem a ação, nem o silêncio, nem a virtude:
a vida foi como uma pedra, um só movimento,
uma única fogueira que reverberou na folhagem,
uma flecha, uma só, lenta ou ativa, um metal
que subiu e desceu queimando em teus ossos.
A LANTERNA DOS LUMIÈRE – AS AVENTURAS DE ALBERT FINNEY
por Enzo Carlo Barrocco
A INOCENTE INTENÇÃO DE CHOCAR
FILME: As Aventuras de Tom Jones (Tom Jones) – Comédia – Inglaterra (1963) 121 minutos. Direção Tony Richardson. Com: Albert Finney, Susannah York, Hugh Griffith, Edit Evans, Joan Greenwood.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
JIRAU DIVERSO Nº 19
Envelhecer é apenas um mau hábito que os homens ocupados não têm tempo de adquirir.
- André Maurois (Elbeuf 1885 – Paris 1967) romancista e biologista
- William Somerset Maughan (Paris 1874 – Londres 1965) romancista, contista, dramaturgo e ensaísta inglês nascido na França
Quando a vida é insípida, a própria desgraça é um divertimento; e um incêndio, uma festa.
- Maksím Gorki (Nijny Novgórod 1868 – Moscou 1936) romancista e dramaturgo russo
A doçura maior da vida flui na luz do sol. Até urubus são belos no largo círculo dos dias sossegados.
- Cecília Meireles (Rio de Janeiro 1901 – idem 1964) poeta e cronista fluminense
A morte é indolor
o que dói nela é o nada
que a vida faz do amor.
- Thiago de Melo (Bom Socorro, distrito do município de Barreirinha 1926) poeta amazonense
Estando em moda todos os vícios passam por virtudes.
- Jean-Baptiste Poquelin, o Molière (Paris 1622 – Idem 1673) dramaturgo e ator francês
A maior coisa do mundo é saber como ser você mesmo.
- Michel de Montaigne (Périgord 1533 – Bordeaux 1592) ensaísta francês
A corrupção dos governantes quase sempre começa com a corrupção de seus princípios.
- Montesquieu (
A verdadeira poesia deve comunicar antes de ser compreendida.
- T. S. Eliot (St. Louis 1888 – Londres 1965) poeta e dramaturgo inglês nascido nos Estados Unidos
Trabalha e fiscaliza com severidade e justiça a aplicação do produto do teu esforço.
- Roquette-Pinto (Rio de Janeiro 1884 – Idem 1954) antropólogo e educador fluminense
O homem é um aprendiz, a dor o seu mestre.
- Alfred de Musset (Paris 1810 – Idem 1857) poeta, dramaturgo e romancista francês
Duvide de tudo ao menos uma vez. Até da regra: duas vezes dois é quatro.
- Georg Lichtenberg (Oberramstadt bei Darmstadt 1742 - Göttingen 1799) filósofo alemão
ALVARENGA PEIXOTO: O POETA INCONFIDENTE
Inácio José Alvarenga Peixoto, poeta fluminense (Rio de Janeiro 1744 – Ambaca, Angola 1793), estudou no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janei...
-
por Enzo Carlo Barrocco Sandra Annenberg, paulista da capital, jornalista e atriz, no convés da fragata desde 1968, começo...
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João Baptista Bellinaso Neto, o Léo Batista, veterano apresentador e jornalista esportivo, hoje aos 86 anos, é o mais antigo apresentador em...
-
O POEMA... DEPOIS DA HECATOMBE Quando a torpe insensatez humana Varrer da terra toda a humanidade, Por entre as cinzas da radioatividade,...