terça-feira, 30 de outubro de 2007
HAROLDO DE CAMPOS: O IDEALIZADOR DO CONCRETISMO
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
UM MINICONTO DO GENIAL KAFKA
Franz Kafka
Praga 1883 - Viena, Áustria 1924
Contista e romancista theco
A PARTIDA
Ordenei que tirassem meu cavalo da estrebaria. O criado não me entendeu.
Fui pessoalmente à estrebaria, selei o cavalo e montei-o. Ouvi soar à distância
uma trompa, perguntei-lhe o que aquilo significava. Ele não sabia de nada e
não havia escutado nada. Perto do portão ele me deteve e perguntou: – Para
onde cavalga senhor? – Não sei direito – eu disse –, só sei que é para fora
daqui, fora daqui. Fora daqui sem parar; só assim posso alcançar meu
objetivo. – Conhece então o seu objetivo? – perguntou ele. – Sim –
respondi – Eu já disse: “fora-daqui”, é esse o meu objetivo. – O senhor não
leva provisões – disse ele. – Não preciso de nenhuma – disse eu. – A
viagem é tão longa que tenho de morrer de fome se não receber nada no
caminho. Nenhuma provisão pode me salvar. Por sorte esta viagem é
realmente imensa.
Tradução: Lúcia Nagib
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
JIRAU DOS CÉLEBRES: PIERLUIGI COLLINA
Collina: eleito seis vezes o melhor árbitro de futebol do mundo
terça-feira, 23 de outubro de 2007
A LOUCURA SENSATA DE ANA CRISTINA CÉSAR
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
GUILLAUME APOLLINAIRE: UM POETA DE VANGUARDA
Guillaume Apollinaire
Roma 1880 – Paris 1918
Poeta, novelista, ensaísta e crítico de arte francês nascido na Itália
LAÇOS
Cordas feitas de gritos
Sons de sinos através da Europa
Séculos enforcados
Carris que amarrais nações
Não somos mais que dois ou três homens
Livres de todas as peias
Vamos dar-nos as mãos
Violenta chuva que penteia os fumos
Cordas
Cordas tecidas
Cabos submarinos
Torres de Babel transformadas em pontes
Aranhas-Pontífices
Todos os apaixonados que um só laço enlaçou
Outros laços mais firmes
Brancas estrias de luz
Cordas e Concórdia
Escrevo apenas para vos celebrar
Ó sentido ó sentidos caros
Inimigos do recordar
Inimigos do desejar
Inimigos da saudade
Inimigos das lágrimas
Inimigos de tudo o que eu amo ainda
Tradução de Jorge de Sena
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
O JEJU
Paulinha com uma bacia de roupa passou para o igarapé. Zé Antônio que observa a seguiu. Deu a volta e escondeu-se para cima do barranco atrás de um tronco. Esperou e esperou até que Paulinha terminasse tudo. Por fim a moça tirou toda a roupa e desapressadamente mergulhou. O Zé, evidentemente, tinha medo de ser flagrado ali, pois seria eternamente chamado de Jeju (peixe abundante nos rios amazônicos), apelido que tomam os que são pegos nessa situação. Que corpo lindo! Após, saiu da água para se ensaboar. Sem querer, Zé Antônio fez um ruído; Paulinha, com o sabão no corpo, levantou a cabeça perscrutando
terça-feira, 16 de outubro de 2007
JIRAU DI/VERSO nº 11
por Enzo Carlo Barrocco
A poesia catarinense de Cruz e Souza
O POEMA
LIRIAL
Vens com uns tons de searas,
De prados enflorescidos
E trazes os coloridos
Das frescas auroras claras.
E tens as nuances raras
Dos bons prazeres servidos
Nos rostos enlourecidos
Das parisienses preclaras.
Chapéu das finas elites,
De rosas e clematites,
Chapéu Pierrette — entre o sol
Passeando, esbelta e rosada,
Pareces uma encantada
Canção azul do Tirol.
O POETA
João da Cruz e Souza (Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis 1861 – Barbacena, MG 1898) poeta e jornalista catarinense. Um dos três maiores poetas simbolistas do mundo, ao lado do alemão Stefan George e do francês Stéphane Mallarmé, Cruz e Souza, já no Rio de Janeiro, colabora em alguns jornais e, mesmo após a publicação de Missal e Broquéis, em 1893, só consegue um emprego miserável na Estrada de Ferro Central. O poeta negro morreu jovem, aos 36 anos, vítima da tuberculose, no entanto, em sua breve passagem, deixou um legado inestimável a nossa literatura.***
ESTANTE DE ACRÍLICO
Livros Sugestionáveis
“Os irmãos inimigos” (romance)
Autor: Nikos Kazantzakis
Edição: Nova Fronteira
Romance póstumo no qual Kazantzakis expõe toda a sua angústia pela proximidade da morte. A fé questionada sob a aguçada e atormentada alma deste genial escritor grego.
“Obras Literárias – Lendo o Pará 1 ” (poesia e teatro)
Autor: Tenreiro Aranha
Edição: SECULT / FCPTN
A poesia e o teatro produzidos no Pará na segunda metade do século XVII. Belo trabalho reeditado pelos órgãos de cultura do Governo do Estado para o conhecimento de agora.
“Assassinatos na Rua Morgue e Outras Histórias” (contos)
Autor: Edgar Allan Poe
Edição: L & PM Pocket
Alguns contos dos muitos escritos pelo poeta, contista, novelista e romancista americano. Incluídos aqui dois contos antológicos: “Nunca Aposte sua Cabeça com o Diabo” e “O Gato Preto”.
***
A FRASE DI/VERSA
A sexualidade é um componente da boa saúde, inspira a criação e é parte do caminho da alma.
- Isabel Allende (Lima 1942) romancista chilena nascida no Peru
***
DA LAVRA MINHA
MANOEL DE BARROS: O VELHO POETA MENINO
Manoel de Barros
Cuiabá 1916
Poeta mato-grossense
A NAMORADA
Havia um muro alto entre nossas casas.
Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por
um cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada respondesse pela mesma pedra
Era uma glória!
Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
O DIÁRIO DOS PENSADORES - PÁGINA 12
A linguagem dos humildes tem para mim um gosto de terra, de chão molhado e lenha partida.
- Cora Coralina (Goiás Velho 1889 – Goiânia 1985) poeta e contista goiana
Um cão faminto só tem fé na carne.
- Anton Tchekhov (Taganrog 1860 – Badenweiller, Alemanha 1904) contista, novelista e dramaturgo russo
Não tenhamos pressa. Mas não percamos tempo.
- José Saramago (Azinhaga 1922) romancista português
O verdadeiro leitor de poesia é mais raro que o poeta.
- Jorge Luis Borges (Buenos Aires 1899 – Genebra, Suíça 1986) poeta, contista e ensaísta argentino
Todas as vezes que canto amo tanto viver.
- Gilberto Gil (Salvador 1942) cantor, compositor e político baiano
O amor pode fazer um cão ladrar em versos.
- John Fletcher (
... Sou poeta
cada manhã que nasce me nasce
uma rosa na face.
- Paulo Leminski (Curitiba 1944 - Idem 1989) poeta paranaense
Noventa por cento dos políticos dão ao dez por cento restantes uma péssima
reputação.
- Henry Kissinger (Fürth 1923) político americano nascido na Alemanha
É preciso esquecer os homens para não odiá-los.
- André Suares (Marselha 1868 – Paris 1948) romancista francês
Sobre a cidade
A alva manhã se desprende
Com frugalidade.
- Enzo Carlo Barrocco (Tracuateua 1960) poeta, contista, cronista e pesquisador literário paraense
Muitas patifarias são erros de cálculos.
- Gabriel Sénac de Meilham (Versailles 1736 – Viena, Áustria 1803) ensaísta francês
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
ADEMIR BRAZ: UM POETA DAS BANDAS DO NORTE
Ademir Braz
Marabá 1947
Poeta e jornalista paraense
ESTIAGEM
Ensolarada e súbita cai a manhã gloriosa.
Fino ouro interminável, goivos de luz e azul
sobre telhados de ocre esparge o retinto anil.
Azul despenca uma folha: sanhaçu voraz – o dia.
Ágil peixe entre centauros, frescor de corpos – o dia.
Vês essa trama do tempo?
Vês essa carne volátil?
Ela retesa e tece
em torno às moscas das horas
a cintilante voragem.
Ó encantamento blue... Ah, desamor, desamor !...
À falta de teus orgasmos, colho esses tristes orvalhos...
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
O BASHÔ BAIXOU NA POMPÉIA – OS HAI-KAIS INTIMISTAS DE LÚCIA SANTOS
por Enzo Carlo Barrocco
“Uma Gueixa...”: hai-kais à moda ocidental.
A poeta Lúcia Santos lançou no mês de fevereiro deste ano o livro “Uma Gueixa Para Bashô” (Editora Babel, 2007), que conta com 62 hai-kais. Este pequeno poema de origem japonesa que teve como seu idealizador o poeta Matsuo Munefusa, o Bashô (Yedo, atual Tókio 1644 – Osaka 1694), consiste de 3 versos com 17 silabas poéticas, tratando sobre as estações do ano. Muitos poetas hoje, principalmente os ocidentais, fogem a essas regras inflexíveis, dando formas menos ortodoxas ao hai-kai. Os pequenos textos eróticos de Lúcia, por sinal, fogem completamente à filosofia do gênero. No entanto, é nessa linha que Lúcia trabalha buscando a síntese o que para ela se tornou um desafio. A poeta começou a se interessar pelo hai-kai depois de uma leitura da biografia de Bashô escrita pelo poeta paranaense Paulo Leminski (Curitiba 1944 – Idem 1989). Lúcia se apaixonou pela síntese do estilo e desde aí (início da década de 1990) começou a escrever essa modalidade. Segundo a crítica, o livro saiu maduro e esmerado no qual a delicadeza unida à precisão dos poemas virou marca registrada. O crítico literário Paulo Melo Sousa afirma que “os textos não são, na acepção do termo, hai-kais sob a formatação clássica, são na verdade, poemas curtos nos quais a temática é livre, aberta, mas onde a contenção e a densidade foram exaustivamente exploradas”. Aliás, o livro conta com a apresentação de algumas celebridades tais como, Alice Ruiz, Sérgio Natureza, Celso Borges e Chico César. A própria poeta adverte sobre o seu mais recente livro que “pode parecer, ao leitor menos avisado, à primeira vista, que o poema curto é mais fácil de fazer, mas nós sabemos que não é assim, pois temos que dizer tudo o que queremos com o mínimo de palavras, em três versos da forma mais enxuta possível. Meus poemas publicados nos livros anteriores eram mais longos, embora já existisse uma tendência para textos mais simétricos: hoje em dia, já possuo domínio da técnica e já tenho material para outro livro de hai-kais, que pelo menos eu chamo de hai-kais, pois essa denominação é questionável”. Lúcia, inclusive, é irmã do cantor e compositor Zeca Baleiro (Arari, MA 1966). Experimente Lúcia Santos, a maranhense que atualmente mora no bairro da Pompéia,
**
TRÊS HAI-KAIS DO LIVRO "UMA GUEIXA PARA BASHÔ"
em tua mão destra
meu violino só
vira orquestra
*
uma trepada em vão
melhor que nada
pior que a solidão
*
eu e eu e este agosto
meu amor só a sol
posto
terça-feira, 9 de outubro de 2007
ADEMIR DEMARCHI: UM POETA DAS BANDAS DO SUL
ADEMIR DEMARCHI
Maringá 1960
Poeta, ensaísta e jornalista paranaense
O Ciclone de Théophile
O ciclone embora Théophile lhe seja surdo
Também ameaça-me os camafeus
Assim mesmo porém o amo
Terrificante e belo a espiralar-me o
peito
Em sua sina de profícuo signo
Lar agradável, oásis da pira arte
A anular todas as coisas vis
Apesar das quais a palavra arde.
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
POR DEBAIXO DE ACHAS
por Enzo Carlo Barrocco
À noitinha eu, meu pai e dois irmãos fomos visitar o professor Joaquim que caíra doente na terça-feira. O fato é que o professor, querendo economizar algum dinheiro, resolveu ele próprio derrubar árvores com a finalidade de confeccionar cavacos para a cobertura da casa que estava estragada. Com um machado às mãos, o professor cortava o tronco de um açacu quando, subitamente, a árvore vergou e, em seguida, veio abaixo e os últimos galhos pegaram o professor que corria atarantado. A situação apontava para remédios caseiros já que a localidade de cinco casas situava-se longe de tudo e de todos. Quando saímos de lá meu pai comentou: é! o professor Joaquim “está por debaixo de achas!”.
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
TORQUATO NETO: O POETA TROPICALISTA
Torquato Neto
Teresina 1944 – Rio de janeiro 1972
Poeta, compositor e jornalista piauiense
Um Cidadão Comum
Sempre subindo a ladeira do nada,
Topar em pedras que nada revelam.
Levar às costas o fardo do ser
E ter certeza que não vai ser pago.
Sentir prazeres, dores, sentir medo,
Nada entender, querer saber tudo.
Cantar com voz bonita prá cachorro,
Não ver "PERIGO" e afundar no caos.
Fumar, beber, amar, dormir sem sono,
Observar as horas impiedosas
Que passam carregando um bom pedaço
da vida, sem dar satisfações.
Amar o amargo e sonhar com doçuras
Saber que retornar não é possível
Sentir que um dia vai sentir saudades
Da ladeira, do fardo, das pedradas.
Por fim, de um só salto,
Transpor de vez o paredão.
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
CASIMIRO DE ABREU: O ANJO ROMÂNTICO
José Marques Casimiro de Abreu poeta e dramaturgo fluminense (Barra de São João 1839 - Idem 1860), era filho de um rico comerciante e dono de terras no Estado do Rio de Janeiro. Estudou humanidades
TRÊS CANTOS
Quando se brinca contente
Ao despontar da existência
Nos folguedos de inocência,
Nos delírios de criança;
A alma, que desabrocha
Alegre, cândida e pura —
Nesta contínua ventura
É toda um hino: — esperança!
Depois... na quadra ditosa,
Nos dias da juventude,
Quando o peito é um alaúde,
E que a fronte tem calor:
A alma que então se expande
Ardente, fogosa e bela —
Idolatrando a donzela
Soletra em trovas: — amor.
Mas quando a crença se esgota
Na taça dos desenganos,
E o lento correr dos anos
Envenena a mocidade;
Então a alma cansada
Dos belos sonhos despida,
Chorando a passada vida —
Só tem um canto: — saudade!
QUE É - SIMPATIA
Simpatia - é o sentimento
Que nasce num só momento,
Sincero, no coração;
São dois olhares acesos
Bem juntos, unidos, presos
Numa mágica atração.
Simpatia - são dois galhos
Banhados de bons orvalhos
Nas mangueiras do jardim;
Bem longe às vezes nascidos,
Mas que se juntam crescidos
E que se abraçam por fim.
São duas almas bem gêmeas
Que riem no mesmo riso,
Que choram nos mesmos ais;
São vozes de dois amantes,
Duas liras semelhantes,
Ou dois poemas iguais.
É o canto de passarinho,
É o doce aroma da flor;
São nuvens dum céu d'agosto
É o que m'inspira teu rosto...
- Simpatia - é quase amor!
MEUS OITO ANOS
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem, mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
—Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'alma
Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberto o peito,
— Pés descalços, braços nus —
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
....
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
terça-feira, 2 de outubro de 2007
JIRAU DI/VERSO nº 10
Nº 10 – dezembro.2006
por Enzo Carlo Barrocco
A poesia uruguaia de Delmira Agustini
O POEMA
O INTRUSO
Amor, naquela noite trágica e soluçante
Cantou tua chave de ouro em minha fechadura;
E logo, a porta aberta sobre a sombra arrepiante,
Te vi como uma mancha de luz e de brancura.
Tudo me iluminaram teus olhos de diamante;
Beberam-me na taça teus lábios de frescura,
Na almofada pousaste-me a cabeça fragrante;
Amei-te o atrevimento e adorei-te a loucura.
E hoje rio se ris e canto se tu cantas;
Se dormes, durmo como um cão a tuas plantas!
Na própria sombra levo a tua recendente
Primavera; e, se a mão tocas na fechadura,
Tremo e bendigo a noite que -soluçante e escura-
Floriu na minha vida tua boca amanhecente.
Tradução: Anderson Braga Horta
A POETA
Delmira Agustini, (Montevidéu1887 – Idem 1914) poeta uruguaia. Embora tenha estudado música e pintura, foi na literatura que Delmira, realmente, se destacou, se tornando a maior voz feminina do modernismo uruguaio do início do século XX. Seus poemas eróticos e sensuais são lindíssimos. Em virtude de uma vida conjugal atribulada faleceu tragicamente assassinada por seu ex-marido que não aceitava a separação. Uma vida breve, no entanto intensa e dramática.
***
ESTANTE DE ACRÍLICO
Livros Sugestionáveis
“A Rosa Separada” (poesias)
Autor: Pablo Neruda
Edição: L & PM Editores
Neruda homenageia neste livro a fantástica ilha de Páscoa. O poeta fala das belezas naturais da ilha, tanto quanto dos homens que a habitam. Em edição bilíngüe.
“A Morte de Ivan Ilitch ” (novela)
Autor: Leon Tolstói
Edição: L & PM Editores
Com uma narrativa clara, Tolstói, neste trabalho, nos leva a uma reflexão. A agonia e o lento caminho para a morte de um burocrata que se depara, subitamente, com uma doença incurável.
“Antilogia” (poesias)
Autor: Ruy Barata
Edição: R.G.B. Editora / Secult
Neste livro bem se nota a escrita aguçada de Ruy. Excelentes poemas, com a musicalidade que só esse paraense de Santarém poderia conceber.
***
A FRASE DI/VERSA
Teu corpo claro e perfeito / - teu corpo de maravilha – / quero possuí-lo no leito / estreito da redondilha.
- Manuel Bandeira (Recife 1886 – Rio de Janeiro 1968) poeta, cronista e ensaísta pernambucano.***
DA LAVRA MINHA
ADÃO VENTURA: O POETA DA RAÇA
Adão Ventura
Santo Antônio do Itambé 1946 – Belo Horizonte 2004
Poeta mineiro
FAÇA SOL OU FAÇA TEMPESTADE
faça sol ou faça tempestade,
meu corpo é fechado
por esta pele negra.
faça sol ou faça tempestade
meu corpo é cercado
por estes muros altos,
— currais
onde ainda se coagula
o sangue dos escravos.
faça sol
ou faça tempestade,
meu corpo é fechado
por esta pele negra.
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
O DIÁRIO DOS PENSADORES - PÁGINA 11
Quando não sabe o que está fazendo, o pintor faz coisas boas.
- Edgar Degas (Paris 1834 – Idem 1917) pintor, gravador e escultor francês
Poesia é poder. Só em nosso país se fuzila um homem por causa de um
- Ossip Mendelstam (Warschau 1891 - Wladiwostock 1938) poeta russo
Escrevo para descobrir o que estou escrevendo.
- E. L. Doctorow (Nova York 1931) ensaísta americano
As idéias: há que vivê-las.
- André Malraux (Paris 1901 - Verrières-le-Buisson 1976) romancista e ensaísta francês
Há grande demanda, hoje, de pessoas que façam o errado parecer certo.
- Terêncio (Cartago 195 – Idem
O absurdo é o sal da vida.
- Ledo Ivo (Maceió 1924) poeta, romancista e cronista alagoano
A morte não existe quando se cumpriu bem a obra da vida: transforma-se em pó o crânio pensador; mas vivem perpetuamente e frutificam os pensamentos que nele se elaboraram.
- José Marti (Havana 1853 – Dos Rios 1895) poeta, ensaísta e jornalista cubano
A grande maioria das pessoas só trabalha quando a necessidade as obrigam a isso.
- Karl Marx (Trier 1818 – Londres 1883) economista, político, filósofo e ensaísta alemão
A repetição destrói qualquer prazer: gastronômico ou sexual.
- Archibald Joseph Cronin (Cardross 1896 – Montreux, Suíça 1981) médico e novelista escocês
O jornalismo permite aos leitores testemunharem a história. A ficção permite que a vivam.
- John Hersey (Tientsin 1914– Key West, EUA, 1993) novelista e jornalista americano nascido na China
- Alfred Whitney Griswold (Morristown 1906 - New Haven 1963) pedagogo e historiador americano
ALVARENGA PEIXOTO: O POETA INCONFIDENTE
Inácio José Alvarenga Peixoto, poeta fluminense (Rio de Janeiro 1744 – Ambaca, Angola 1793), estudou no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janei...
-
por Enzo Carlo Barrocco Sandra Annenberg, paulista da capital, jornalista e atriz, no convés da fragata desde 1968, começo...
-
João Baptista Bellinaso Neto, o Léo Batista, veterano apresentador e jornalista esportivo, hoje aos 86 anos, é o mais antigo apresentador em...
-
O POEMA... DEPOIS DA HECATOMBE Quando a torpe insensatez humana Varrer da terra toda a humanidade, Por entre as cinzas da radioatividade,...