Ademir Braz
Marabá 1947
Poeta e jornalista paraense
ESTIAGEM
Ensolarada e súbita cai a manhã gloriosa.
Fino ouro interminável, goivos de luz e azul
sobre telhados de ocre esparge o retinto anil.
Azul despenca uma folha: sanhaçu voraz – o dia.
Ágil peixe entre centauros, frescor de corpos – o dia.
Vês essa trama do tempo?
Vês essa carne volátil?
Ela retesa e tece
em torno às moscas das horas
a cintilante voragem.
Ó encantamento blue... Ah, desamor, desamor !...
À falta de teus orgasmos, colho esses tristes orvalhos...
Um comentário:
Bonitos escritos, que recolhem reflexos poéticos de orgasmos e orvalhos, a despeito do vazio das desertas horas...
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